quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Ver partir não é perder…traça o teu caminho...

Era uma vez….um cavalo preto, que voava algures entre o redondo azul e o firmamento. Voava. Sem rumo certo. Mas com um objectivo no horizonte. Encontrar aquela parte! Essa mesma!!! Um dia...o destino brindou-lhe com a luz. À que incessantemente vinha desejando encontrar no meio da névoa. E como essa luz era linda! Intensa! E como brilhava! Mas! Sem história. Enquanto o cavalo preto voava...ou dormia..ou simplesmente sonhava acordado. A luz perdeu brilho. Intensidade. Apagou-se! Uma morte em segredo anunciada! Escondida! Silenciosamente sentida! Quiçá, insanamente desejada! Perdeu-se num périplo de lamentos. Mergulhou nas chuvas de morte que brotavam de sí. Espreitou as trevas. Percorreu o limiar do abismo. O mundo proibido. E porque morte é ciclo. É renovação! Aconteceu o impossível! O impensável. Pelo menos a luz dos seus olhos ébrios. Tristes. Cansados. Moribundos. O cavalo preto ergueu-se! Beijou feridas. E voou para lá do horizonte. Enfrentou o desconhecido. E ao grito de dor…sucedeu um rugido de leão. Um grito de coragem. O salto maior. Um passo de gigante. Aquele passo! Voou mais alto. Para o espaço de ninguém. Onde só se chega com humildade. Honestidade. Coragem. Força quase divina. Que se esconde algures no corpo mortal. E descobriu-se no palco dos anjos. Cansado! Adormeceu em algodão. Amparado na verdade. A sua verdade. Mergulhou em sí mesmo. Travou a batalha. Aquela batalha. Revolveu momentos. Descodificou uma amálgama de sentimentos. Empossou-se do escudo de paz! Luz! Caminho! Encontrou-se. Acordou. E voou de novo. Abraçado em sentimento renovado. Voou sorrindo. E redescobriu a beleza dos prados que abraça. O suave canto da brisa que lhe beija a face. Que lhe sussurra ao ouvido. O abraço doce dos seus iguais. A quem dá…e dos quais recebe. A felicidade de sentir e pensar sem grilhões. A magia de amar quem em liberdade regressa a nós. E a certeza de que ver partir…não é perder. É ganhar espaço para nos redescobrimos. Nos redefinirmos. Para construirmos novas lembranças. Momentos únicos que nos podem catapultar para patamares de felicidade impensados. Ver partir não é mais que ganhar espaço para construir um mundo de verdade. Com…ou sem aquela luz!!!!!

2 comentários:

  1. Há palavras que nos beijam
    Como se tivessem boca.
    Palavras de amor, de esperança,
    De imenso amor, de esperança louca. (Alexandre O'Neill)
    Apesar de curta esta é uma nova amizade que pretendo preservar. Tenho o privilégio de poder, hoje aqui, ser a primeira pessoa a comentar aquilo que escreves!Parabéns e bem-vindo ao mundo dos Blogs!Obrigada pela amizade e por seres assim...

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  2. "E a certeza de que ver partir…não é perder. É ganhar espaço para nos redescobrimos. Nos redefinirmos. Para construirmos novas lembranças".......

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